Diferentemente do poliamor, o swing não envolve vínculo afetivo e tem como principal lema: “Não se apaixone”.“Swing e poliamor são práticas não monogâmicas consensuais. Mas, no swing, você não espera envolvimento romântico e a ideia é que você tenha práticas sexuais com outros casais. Essa prática costuma envolver pessoas, de certa forma, mais conservadoras”. Isso porque muitos acordos e regras são previamente definidos entre casais antes de ingressarem nessa jornada liberal.
O swing é uma das práticas do relacionamento liberal que, além da troca de casais, envolve o ménage à trois e o exibicionismo.
“O relacionamento liberal se baseia no sexo, no prazer momentâneo. É o casal que sai para viver uma aventura, volta para casa e continua na sua relação fixa”.
O passo inicial é que as duas pessoas da relação estejam de acordo e aceitem fazer essa jornada juntas. “É preciso ter um grau de autoestima, de confiança e de autoconfiança, de manejo de expectativas. A troca de casais é uma das fantasias mais almejadas, mas também uma das mais frustrantes”.
Isso porque uma das pessoas do casal pode participar da experiência com a perspectiva dela e, às vezes, esquece que a outra parte pode curtir até mais do que o esperado. “Se algo sai do script idealizado por aquela pessoa, pode ser que ela se descubra ansiosa, insegura, ciumenta, possessiva e mude alguns comportamentos”, explica.
Para evitar problemas futuros, a orientação da psicóloga é que haja muito diálogo, mesmo que sejam nos pequenos detalhes. “A maioria das pessoas vai para essas atividades sem discutir coisas mínimas, como, por exemplo, se um beber demais, os quatro continuam ou para tudo porque todos têm que estar minimamente sóbrios?”
E não é um exemplo bobo mas gerou um mal-estar entre os envolvidos, já que uma das partes apagou por ter bebido demais e a outra parte seguiu com o sexo a três.
“São coisas pequenas que normalmente não entram nos cálculos, especialmente se você não conversa com outras pessoas que praticam”.
A confiança entre o casal é a chave para manter um relacionamento liberal. “Não adianta dizer que vai para o swing porque o marido vai ter a opção de ficar com outras mulheres junto comigo e que não vai ficar com outras mulheres longe de mim”.
Alerta os casais que pensam em experimentar essa prática para solucionar problemas no relacionamento: “O swing não salva casamento e nem evita traições, pelo contrário, se a relação estiver ruim, afunda de vez. Mas é uma ferramenta para o casal redescobrir uma nova sexualidade.”
Ela ressalta que viver um relacionamento de transparência ajuda a quem deseja ingressar nessa experiência. “Não é que você vai ter uma ferramenta de controle. O grande vilão nos relacionamentos das pessoas é a paranoia.”
Aconselha-se aos casais, antes de conhecerem uma casa de swing, desenvolvam melhor a intimidade na cama:
“Vale usar brinquedinhos para imaginar que está com outra pessoa, explorar todas as partes do corpo, imaginar ao sentir os toques em vários lugares do corpo ao mesmo tempo. Se deu tesão na cama, aí, sim, você vai conhecer uma casa de swing!”.
E como você pode frequentar o espaço e não tem obrigação de nada, se sugere uma observação para ter material suficiente para levar para casa e avaliar sobre o que os dois estariam dispostos a fazer ou não.
“Um casal também pode continuar sendo monogâmico, frequentando casa de swing só para assistir. A sociedade normaliza que a gente veja a pornografia na tela, mas não pessoalmente”.
O caminho da observação é uma proposta interessante para que o casal ganhe mais segurança. “Pode acontecer de uma das partes chegar na hora, recuar e desistir. Na casa de swing tem um cortejo, não é uma coisa direta, é preciso ter um grau de conforto com a outra parte. Conversem sobre isso e depois vejam se querem continuar a perseguir esse caminho”.
“É legal discutir quais foram as sensações desse primeiro encontro porque, às vezes, quando começa a se tornar realidade, a pessoa pode pensar que se sentiria de uma forma, mas bate de outra”, alerta.
É uma realidade. O casal precisa criar regras para viver a experiência do swing da forma mais prazerosa para os dois. “Ambas as partes têm que ter uma ideia do que consideram um limite. Alguns casais consideram o beijo ou não querem um contato visual muito prolongado com a outra parte”. Conhecer pessoas que já praticam a troca de casais pode ajudar a entender o que é relevante incluir nesses acordos. Conheça algumas cláusulas comuns entre casais:
Deve-se ressalta que se neste contrato houver muitas cláusulas, “muitos poréns e muitas vírgulas”, vale a pena reavaliar o quanto ambas as partes estão realmente querendo.“Por isso conversas bem profundas são essenciais”. Já a regra do swing, em geral, é "não colocar a mão em ninguém sem permissão".
Sempre que houver interesse em tocar alguém, a pergunta deve ser feita diretamente à pessoa ou a quem a acompanha. “Se ela está em uma cama com outras pessoas e você começa uma interação, você não chega e coloca a mão direto nela, pode ser que ela não queira”.
Com a popularização do swing, alguns iniciantes estão chegando com o costume das baladas convencionais e tocam nas pessoas sem consentimento: “Se isso acontece, ela é convidada a se retirar, não é bem aceita. A denúncia deve ser feita para o gerente da casa. A outra regra é "não é não.”
Uma das cláusulas presentes nos acordos entre casais é sobre o uso de preservativos. evite experiências com casais que não usam. “Mas ainda assim há aqueles que optam por não usar. Cabe a cada pessoa definir”.
De acordo com psicólogos, vários motivos levam os casais a buscarem essa experiência. As razões mais comuns são:
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